A China paga caro aos indonésios para ter ninho de pássaro no cardápio
Caminhando pela cidade de Kumai, na Indonésia, fique quase surda no final da tarde com a zoeira de milhares de pássaros ao redor de prédios no centro da cidade. Nosso amigo Yasuf contou que esse prédios eram na realidades condomínios de passarinhos.
Como assim?
Nesta cidade da ilha de Bornéu, os prédios que parecem de moradia, têm a fachada com janelas pintadas de cores alegres na frente, mas são cinzas na lateral e atrás. Os prédios que têm mais de um andar na cidade são os que abrigam os ninhos de pássaros, que começaram a surgir na cidade há uns dez anos, quando investidores chineses perceberam que o clima e a situação eram adequados para criar “andorinhão-preto”, a espécie de ave que produz o tipo de ninho exigido pelas empresas que os comercializam e pelos consumidores.
Os chineses gostam de comer sopa de ninho de passarinho. A iguaria é comparada ao caviar. A sopa de ninhos de andorinha é uma especialidade da culinária da China e uma das mais caras do mundo, e é feita com os ninhos das aves de várias espécies do gênero Aerodramus, que constroem seus ninhos quase exclusivamente com a saliva. Os pássaros (que não são verdadeiras andorinhas) reproduzem-se em cavernas em grandes bandos, e podem também utilizar edifícios mais ou menos fechados que imitam o habitat dessas aves.
O preço de um quilo de ninhos pode atingir USD $10 mil e uma tigelinha de sopa custa USD $30-60 nos restaurantes chiques da China. Um dos aspectos que aumenta o preço desta iguaria é o fato de a medicina tradicional chinesa atribuir poderes curativos e também afrodisíacos.
Os pássaros constroem ninhos após ninhos, ao verem que foram destruídos. Os chineses coletam esses ninhos, limpam em um processo de esterilização e os vendem.
A demanda muita grande fez surgir um negócio lucrativo na cidade de Kumai, e virou uma fonte de riqueza apesar da insalubridade causada pela invasão das aves.
E a cidade de 20 mil habitantes com suas casinhas simples convive com milhares de pássaros inocentes que enriquecem os comerciantes…
Artigo de autoria dos Schurmann.