As florestas da Indonésia e Malásia estão ameaçadas pelas plantações de óleo de palma.
O óleo de palma – ou azeite de dendê – é um dos óleos vegetais mais consumidos no mundo. É produzido a partir do fruto do dendezeiro. A palma ou dendê é o fruto dado pelo dendezeiro, uma palmeira originária da África que foi trazida ao Brasil no século XVII e se adaptou no litoral baiano devido ao clima tropical. Com mesmo clima, a Malásia e a Indonésia, são os maiores cultivadores de óleo de palma do mundo.
O óleo é muito utilizado na indústria de cosméticos para cremes, sabões e detergentes. Tem propriedade bactericida, ajudando a regenerar tecidos com cortes ou ferimentos. Na indústria de alimentos, seu uso é muito extenso, desde chocolates e sorvetes até margarinas e alimentos industrializados.
No Brasil, o óleo de palma ou azeite-de-dendê é muito utilizado na culinária baiana, nos acarajés, vatapás e outras receitas tradicionais.
Na Malásia e na Indonésia, ele é responsável por desmatamentos e destruição do habitat de um grande primata que tem 97% do DNA humano, um meio parente nosso, o orangotango.
A questão é que, na Indonésia, sendo um cultivo que vai desde pequenas propriedades familiares até grandes extensões, certamente possui os problemas de qualquer cultivo agrícola. Os plantadores compram uma área de floresta, derrubam as árvores e plantam óleo de palma. Às vezes fazem queimadas que se alastram em incêndios perto de reservas e parques como o que destruiu partes do Parque Nacional Tanjung Puting. Resultado: mortes de animais, aves, répteis e principalmente de orangotangos, além de uma imensa área devastada sem árvores.
Ha outro grave problema econômico para as regiões onde se cultiva a palma: cerca de 4,5 milhões de pessoas dependem deste cultivo. E para os agricultores, a sobrevivência de suas famílias é mais importante do que a fauna local.
Atualmente, são cultivados cerca de 20 milhões de hectares. O óleo de palma rende cerca de 4 a 10 vezes mais que outros óleos, e acaba se tornado um produto barato e rentável. O grande desafio para substituir o óleo de palma é que seria necessário obter outro óleo para substituí-lo.
A biodiversidade da Indonésia, uma das maiores do mundo, é uma preocupação considerável. Várias organizações não governamentais, incluindo a WWF empenharam-se em criar um Fórum Global sobre Óleo de Palma Sustentável, que definiu critérios para a produção sustentável do óleo de palma. O Brasil também possui um programa de produção sustentável do óleo de palma.
Este artigo foi retirado do antigo site. Sua autoria é dos Schurmann.