Estamos chegando em Okinawa, no Japão, após uma navegada muito boa. Esta é a primeira vez que estamos visitando o país.

Em 10 de novembro de 1990, lá na Samoa Americana, conhecemos o casal Mitsumasa e Yukako Kaiwa. Depois, zarpamos com nossos veleiros de Fiji para Nova Zelândia. Eles nos deram uma bandeira e disseram: “o dia em que vocês forem ao Japão, já terão sua própria bandeira”.

Nesta época, era difícil encontrar navegadores japoneses e era remota a possibilidade de irmos a este país. Yukako morou em São Paulo por algum tempo e aprendeu a falar e escrever muito bem o português. Eles tinham residência em Kawasaki, na província de Kanagawa.

Estamos tentando fazer contato com eles.

Chegando próximo à costa do Japão, todo cuidado é pouco, pois vários navios trafegam de um lado para outro. O AIS, um transponder do mar, é uma segurança. Ele fornece todas as informações do navio – como nome da embarcação, rota, rumo, velocidade, tipo de carga, tamanho etc – que passa a 20 milhas de distância. Mesmo assim, ficamos de olho no radar com alarme. Qualquer obstáculo em 360 graus de cobertura o aciona prontamente. Como podemos regular a distância no radar, o programamos com um alcance de 5 milhas (9 km).

Também temos que ficar de olho nos espinhéis (boias com cabo e muitos anzóis, vara e uma bandeira preta no topo). Como a bandeira é feita em plástico, não é detectada pelo radar, tornando-se quase imperceptível à noite.

Estes equipamentos são colocados por pescadores perto da costa e a quantidade costuma ser abundante. Caso um deles engate na quilha do veleiro, dá um trabalhão para se safar – ainda mais com ventos mais fortes.

Desde quando saímos de Itajaí em 2014, costumamos analisar a meteorologia e esperamos o melhor momento para zarpar nas travessias. A previsão meteorológica é fundamental para uma navegação segura.

Captamos informações de três fontes principais: “Predictwind”, “Windyty” e “Meteoworld”. Esses sites nos indicam a melhor rota de acordo com a previsão dos ventos, acertando pontualmente e oferecendo informações precisas para quem navega.

Quando saímos de Saipan, por exemplo, a rota indicada era para orçarmos o máximo para norte, para em seguida pegarmos ventos favoráveis de través. Foi exatamente o que fizemos e não teve erro.

Neste momento, temos 1258 milhas em 166:37 horas no log, com uma média de velocidade de 7,6 milhas e uma velocidade máxima de 13.6 nós. Estamos a 23 milhas de distância de Okinawa.

Nesta navegada, pegamos cinco peixes, entre dourados e atuns, garantindo sempre peixe fresco a bordo.

Os turnos foram de quatro horas para cada dois tripulantes. Passamos por mais de oito navios, sendo sempre detectados a uma distância de 20 milhas.

Este artigo foi retirado do antigo site. Sua autoria é dos Schurmann.

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