Ubatuba é um município brasileiro localizado no litoral norte do Estado de São Paulo. O território municipal abrange 710.783 km², 83 por cento dos quais estão localizados no Parque Estadual da Serra do Mar, enquanto a população estimada até o sendo do IBGE 2019 era de 90.799 habitantes. O município é composto pela sede e pelo distrito de Picinguaba.
Ubatuba é um dos quinze municípios do Estado de São Paulo que são considerados estâncias balneários pelo Estado de São Paulo, pois atendem a certos requisitos da legislação estadual. Tal estatuto garante a estes municípios um maior orçamento do Estado para a promoção do turismo regional. O município adquire ainda o direito de acrescentar ao seu nome o título de estância balneária, termo utilizado para lhe fazer referência tanto no ficheiro municipal oficial como nas referências do Estado.
O nome Ubatuba tem origem tupi e pode significar duas coisas. Em tupi, ubá significa canoa, enquanto u’ubá significa cana-do-rio, que é uma gramínea que era utilizada na confecção de flechas pelos índios. Uma vez que tyba indica “ajuntamento”, Ubatuba pode significar tanto “ajuntamento de canas-do-rio” quanto “ajuntamento de canoas”.
No século XVI, Ubatuba fazia parte de uma grande área costeira ocupada pelos índios da etnia Tupinambá. A primeira referência possível ao local aparece na obra de Hans Staden, que permaneceu prisioneiro na aldeia de Uwatibi, em Angra dos Reis, que tinha o mesmo nome da atual cidade de Ubatuba, onde os índios Tupinambá usavam muitas canoas nas batalhas contra os Tupiniquins e portugueses em Burikioca (Bertioga) e Upau-Nema (São Vicente) para fazer guerra.
Hans Staden e outros autores europeus mencionam que o maior líder dos Tupinambás era Cunhambebe e que o território dos Tupinambás se estendia do Rio Juqueriquerê, a Caraguatatuba, ao Cabo de São Tomé, ao leste do estado do Rio de Janeiro, e que também inclui todo o território da Paraíba do Sul. Apenas algumas décadas depois, nos relatórios de José de Anchieta, a aldeia de Iperoig foi mencionada, o que poderia significar “rio dos tubarões” ou “rio das perobas”.
Os Tupinambá foram um dos primeiros povos indígenas brasileiros a sofrer o impacto dos portugueses por serem usados como escravos das usinas de açúcar de São Vicente. Isso motivou uma forte aliança entre os Tupinambás e os franceses da França Antártica, que ocupam a área da Baía de Guanabara. Esta aliança, liderada por Cunhambebe, tornou-se a Confederação dos Tamoios.
Em 1563, José de Anchieta partiu com Manuel da Nóbrega de São Vicente para a aldeia de Iperoig, para acalmar os Tupinambás. Anchieta foi feito refém em Iperoig por vários meses, enquanto Manuel da Nóbrega, acompanhado por Cunhambebe, voltou a São Vicente para resolver o tratado de paz chamado Paz de Iperoig.
Quando a paz foi restaurada com os índios Tupinambá na fronteira com São Vicente, os portugueses destruíram grande parte da nação Tupinambá durante conflitos na Baía de Guanabara (em Uruçumirim – o atual aterro do Flamengo) e em Cabo Frio, expulsando os franceses de tal região.
Enquanto o restante dos Tupinambás de Guanabara e Cabo Frio embrenharam-se na floresta e abriram caminho para a fundação do que depois seria o Rio de Janeiro, a população da região de Iperoig permaneceu em grande parte na região. Para garantir que a colônia permanecesse em mãos portuguesas, o então governador-geral tentou colonizar a região. Por exemplo, em 28 de outubro de 1637, a vila de Iperoig foi elevada à categoria de Vila Nova da Exaltação em Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, subordinada à sessão norte do capitão de Itanhaém.
Durante o século XVIII, a produção agrícola aumentou e a Baía de Ubatuba tornou-se o porto mais frequentado do capitão de São Vicente. Em 1789, porém, o governo de Lorena decidiu que todas as exportações só poderiam passar pelo porto de Santos, o que levou ao primeiro declínio econômico de Ubatuba. O próximo governador, Melo de Castro e Mendonça, mais uma vez concedeu o direito ao comércio livre na aldeia.
Durante todo o século XIX, Ubatuba foi uma cidade rica, graças à sua atividade portuária. Em 1855, a cidade mudou-se de aldeia para província. Alguns exportadores consideraram a construção de uma linha férrea para competir com os portos de Santos e Rio de Janeiro. Esta linha ferroviária foi impedida pelo governo brasileiro por uma moratória. Com a perda gradual de importância para os concorrentes mais bem classificados, a região foi mergulhada no isolamento e no declínio econômico no final do século XIX.
Em 21 de abril de 1933, o engenheiro Mariano Montesanti abriu uma rodovia em Ubatuba a partir de Taubaté e fez a primeira ligação rodoviária para o planalto e o vale da Paraíba. Esta estrada deu um grande impulso ao turismo na costa acidentada da cidade, especialmente para a população de Taubaté. As casas de verão da cidade começaram a crescer em abundância. Em 1948, Ubatuba conquistou a categoria de estância à beira-mar.
No entanto, a especulação imobiliária e turística tem contribuído para a rápida destruição do patrimônio histórico de Ubatuba. Hoje em dia, há poucos sinais da antiga ocupação: talvez o exemplo mais marcante seja o do Sobradão do Porto. Hoje, Ubatuba salva seu passado na cultura caiçara, nas ruas, nos festivais de origem portuguesa e em edifícios históricos, e revela seu potencial como uma estância turística que atrai milhares de turistas anualmente.
A cidade de Ubatuba está localizada no litoral norte do Estado de São Paulo, a 250 quilômetros da capital. Faz divisa com Paraty (Rio de Janeiro) ao norte, Caraguatuba ao sul, Cunha, São Luiz ao oeste, Paraitinga e Natividade da Serra ao oeste e o Oceano Atlântico ao leste, a 23°26′ 21,45′. A cidade é cortada pelo Trópico de Capricórnio, passando pela pista do aeroporto local.
Ubatuba é cercada pela Serra do Mar e sua exuberante Mata Atlântica. Quase oitenta por cento do território da cidade de Ubatuba são áreas protegidas. O Parque Nacional da Serra do Mar, criado para proteger e preservar a Mata Atlântica, possui três núcleos em Ubatuba: Cunha-Indaiá, Santa Virgínia e Picinguaba. Além disso, a cidade tem a sede do projeto TAMAR, que tem como objetivo proteger as espécies de tartarugas marinhas ao longo da costa brasileira.
Os rios e riachos que atravessam o Ubatuba são: Rio Maranduba, Rio da Prata, Rio Escuro, Rio Grande de Ubatuba, Rio Promirim, Rio Indaiá, Rio Itamambuca, Rio Puruba, Rio Iriri, Rio Fazenda, Rio das Bicas, córrego Duas Irmãs, Córrego Lagoinha, Rio Acaraú, Rio Quiririm e Rio Ubatumirim.
O clima de Ubatuba é úmido, tropical, costeiro ou tropical atlântico, com chuvas abundantes durante todo o ano, mais frequentemente no verão, sem estação seca e com um mês mais frio, com uma temperatura média de 18°C ou mais. Com quase 1700 horas de sol por ano, a umidade é relativamente alta e a pluviosidade é de 2520 mm/ano, refletindo o apelido de Ubachuva, que a cidade recebeu devido ao seu clima chuvoso.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), para os períodos 1961-1967 e 1971-2009, a temperatura mínima absoluta registada em Ubatuba era de 3,7 °C em 1 de Junho de 1979 e a mais elevada de 40,8 °C em 9 de Setembro de 1997. A precipitação mais grave acumulada em 24 horas atingiu 344,1 mm em 22 de Janeiro de 1976. Outras agregações significativas superiores a 200 mm são 276 mm em 5 de Abril de 2005, 262,8 mm em 5 de Janeiro de 1992, 259,4 mm em 1 de Abril de 1985, 246,3 mm em 13 de Fevereiro de 1996, 230,3 mm em 19 de Abril de 1990, 210,8 mm em 11 de Janeiro de 1978 e 201,8 mm em 12 de Março de 1998. O índice de umidade relativa mais baixo foi de 21% em 1997, 8 de Junho e 9 de Setembro do mesmo ano.
Índice
As Melhores Praias de Ubatuba
Praia Vermelha do Norte
A Praia Vermelha do Norte está localizada no centro do litoral norte de Ubatuba, entre as praias de Perequê e do Alto. É um paraíso para os surfistas, pois as ondas altas e intensas são perfeitas para este esporte. A areia é espessa e ligeiramente avermelhada, com um belo ambiente vegetal. O seu acesso é fácil, pois a praia está na lateral da auto-estrada, com estacionamento na costa. Não há acomodação no local, mas há quiosques, bares e uma boate famosa.
Praia da Fazenda
A Praia da Fazenda foi palco de filmes nacionais e internacionais, mas também de novelas e minisséries, e está praticamente intacta. A sua vasta faixa de areia é limpa e compacta, com águas cristalinas e calmas. À esquerda está o mangue com a sua rica biodiversidade.
Estando em uma área de conservação, não há comércio, incluindo acomodações e restaurantes. Para visitar a Praia da Fazenda com conforto, o ideal é que o turista leve lanches, bebidas e repelentes próprios, além de recolher o próprio lixo. O acesso a ela é feito pela estrada secundária de Rio-Santos até o estacionamento do chuveiro, onde a contribuição financeira voluntária do nadador é arrecadada.
Praia de Camburi
Quase na fronteira de Paraty, a Praia de Camburi é a última da costa norte de Ubatuba. Semidesértica, de difícil acesso e com uma estrutura de poucos bares rústicos e sem comércio, a areia desta praia é fina e o mar calmo.
Mas estas são apenas algumas das suas qualidades. Mais importante ainda, ela é o único ponto em Ubatuba onde todo o ecossistema é protegido, incluindo a praia, manguezal, costa rochosa e restinga. Ele está localizado no Parque Nacional da Serra do Mar, Patrimônio Mundial da UNESCO.
A viagem à Praia de Camburi é um passeio pela história da região e do Brasil. O acesso é feito por uma estreita estrada secundária não pavimentada que parte da rodovia e atravessa as antigas plantações de café. Não há nenhum albergue no local, apenas casas para alugar por temporada e um parque de campismo.
Praia da Almada
A areia branca e as águas calmas da Praia da Almada combinam-se com a rica vegetação e as árvores centenárias que rodeiam esta zona. Com uma boa estrutura turística, na orla há quiosques, restaurantes, bares e pequenas pousadas.
Esta bela praia pode ser acessada por uma estrada secundária que deixa a rodovia no final de uma encosta íngreme e sinuosa. Como o caminho é no alto, ele oferece uma vista espetacular para a Enseada de Ubatumirim e para as ilhas de Pequena dos Porcos, da Pedra, Redonda, Negro, Prumirim e Couves.
Praia das Toninhas
A pequena Praia das Toninhas tem 130 metros de areia branca e muito fina. E mesmo com o seu tamanho, atrai pessoas que querem água calma e tranquila, porque a sua geografia traz águas calmas e marolas à direita e ondas mais fortes à esquerda. Assim, reúne democraticamente famílias e surfistas em busca de esporte e lazer, além de ficar muito próxima do Centro de Ubatuba.
A Praia de Toninhas tem bons quiosques e bares. Há grandes pousadas, hotéis, chalés e casas para alugar ao seu redor, tanto na areia como mais perto da Mata Atlântica. A gastronomia é incentivada com restaurantes de diferentes estilos, como restaurantes japoneses, frutos do mar, cozinha brasileira, internacional e pizzarias. Os restaurantes têm uma grande variedade de estilos para todos os gostos e bolsos.
Praia das Conchas
Pequena praia deserta, com águas calmas e cristalinas, a Praia das Conchas é cercada por muitas rochas e conchas, daí seu nome. Não há estrutura turística ou comercial. Ela pode ser alcançada por uma pequena estrada que vai até a BR-101: para chegar à Praia das Conchas, você tem que dirigir 400 metros e dirigir mais 800 metros, mas a dificuldade compensa!