Nunca imaginamos encontrar uma verdadeira múmia em plena Patagônia Chilena! Mas quando chegamos ao Chile, um amigo nos falou do corpo de um indígena preservado há décadas em uma Ilha a 50 milhas de Punta Arenas.
Navegamos até o local, e acompanhados Luís, um funcionário da salmoneira local, chegamos a gruta aonde está a múmia. Foi uma grande surpresa. Ainda é possível ver pedaços de tecido humano nas mãos e barriga. Nos chamou também muita atenção o fato da múmia estar totalmente protegida da chuva e dos ventos.
Acredita-se que o corpo não tenha mais de 100 anos e pertença a tribo indígena Kawésqar, mas ainda há algumas dúvidas sobre sua origem e se foi conservada pelo gelo ou passou por algum processo de mumificação.
Segundo a publicação “Historical Overview and Tales of Indigenous Peoples of Chile”, quando um índio da tribo Kawésqar morria, uma fogueira era acessa para afugentar os espíritos malignos. Durante esse tempo, os membros da tribo pintavam seus rostos. O corpo falecido era envolto em peles de lobo.
O ar seco e o sal contribuem para o processo de mumificação natural e é hipótese mais forte para a múmia que encontramos. Apesar de serem um povo canoeiro, os Kawésqar tinham muito respeito e medo do mar e não jogavam os mortos nas águas.
O silêncio e a paz do local aonde está a múmia impressionam. Luís e os outros salmoneiros tem um grande respeito pelo corpo e pela ilha. Viraram verdadeiros guardiões desse pedaço da história da Patagônia.
Este artigo foi retirado do antigo site. Sua autoria é dos Schurmann.