Paraty é um município do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. A cidade de Paraty está localizada no litoral sul do estado, fica a 258 quilômetros da capital do estado, a cidade do Rio de Janeiro. Como é quase ao nível do mar, a cidade foi projetada com constante subida da maré em mente. Como resultado, muitas de suas ruas são regularmente inundadas. Paraty já foi a capital do Brasil no ano de 1930.
À beira-mar, entre dois rios, Paraty está a uma altura média de apenas cinco metros. Hoje, é o centro de um município de 930,7 km2 com 39.965 habitantes (densidade populacional: 35,6 habitantes por km2). Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para 2014, tem uma população de 39.965 habitantes, tornando-se o 43º município mais populoso do Estado do Rio.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) é de 0,693, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (publicado em 2013), que é considerado a “mediana”.
Em 5 de julho de 2019, as cidades coloniais de Paraty e Ilha Grande foram declaradas Patrimônio Mundial pela UNESCO por sua riqueza histórica e natural única. É o primeiro sítio misto (patrimônio cultural e natural) do Brasil.
Antes que os europeus descobrissem o Brasil, a região de Paraty era habitada por indígenas guatemaltecos. Por volta do ano 1000, eles foram expulsos da região amazônica para o interior do continente com a chegada dos Tupi.
No século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região de Paraty, foi habitada pela tribo Tupi dos Tamoios. Já nos primeiros anos do século XVI, os portugueses conheciam o caminho que foi aberto pelos Guaianás, que liga as praias de Paraty ao vale do Paraíba, além da Serra do Mar. A primeira menção escrita sobre a região de Paraty hoje é o livro do mercenário alemão Hans Staden, “Wahre Geschichte und Beschreibung eines Landes der Wilden…”. (Marburg, 1557), que conta a história da sua estadia de quase um ano nas aldeias de Tupinambás, nas regiões de Paraty e Angra dos Reis.
Embora alguns autores afirmem que Paraty foi fundada na primeira metade do século XVI, quando a expedição de Martim Afonso de Sousa foi concluída, a primeira notícia sobre a cidade foi a conduta da expedição de Martim Correia de Sá em 1597, quando a região pertencia ao capitão de São Vicente.
A colonização européia começou na colina às margens do rio Perequê-Açu (mais tarde Morro da Vila Velha, hoje Morro do Forte). O primeiro edifício conhecido é uma capela na encosta durante o reinado de São Roque, então padroeiro da aldeia. Em 1636, Maria Jácome de Melo doou uma Sesmaria na área entre os rios Perequê-açu e Patitiba (hoje Mateus Nunes) para a construção da vila em expansão, desde que a população local não fosse assediada e uma nova capela fosse construída sob a liderança de Nossa Senhora dos Remédios. Esta Sesmaria corresponde à região do actual centro histórico da cidade.
A partir de 1664, vários municípios foram registados entre os habitantes, com o objectivo de tornar a aldeia independente da vizinha Angra dos Reis, o que aconteceu em 1670 na sequência da revolta liderada por Domingos Gonçalves de Abreu, onde a aldeia foi criada na categoria de aldeias. Este acto de comunhão foi reconhecido por Afonso V de Portugal, que ratificou o acto que lhe deu o nome de “Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty” por carta real de 28 de Fevereiro de 1677.
Com a descoberta do ouro na região mineira, o dinamismo de Paraty ganhou novo ímpeto: em 1702, o governador do capitão do Rio de Janeiro declarou que as mercadorias só podiam chegar à colônia a partir da cidade do Rio de Janeiro e depois ir para Paraty, de onde continuavam no antigo caminho, agora pavimentado com pedras irregulares, que ficou conhecido como o Caminho do Ouro, até Minas Gerais.
A proibição do transporte de ouro ao longo da estrada de Paraty, em 1710, levou os habitantes à revolta. A medida foi retirada e depois reintroduzida. Este fato, mas especialmente a abertura do Caminho Novo, que liga o Rio de Janeiro diretamente com Minas Gerais, levou a uma diminuição no número de viagens na vila.
O cultivo da cana de açúcar e da aguardente começou a desenvolver-se no século XVII. No século XVIII, o número de moinhos aumentou para 250, com 150 destilarias ativas em 1820. A produção foi tão alta que a expressão Paraty tornou-se sinônimo de cachaça, uma produção artesanal que ainda hoje existe.
Para contornar a proibição do comércio de escravos imposta pelo Regente Padre Diogo Antônio Feijó, os desembarques africanos começaram a ocorrer em Paraty. As estradas por onde circulava o ouro eram então utilizadas para o trânsito e produção de café no Vale do Paraíba.
Durante o Segundo Governo, um decreto-lei de 1844, promulgado pelo Imperador Pedro II do Brasil, elevou a antiga vila à cidade. Com a chegada da ferrovia em Barra do Piraí (1864), a produção começou a acabar, condenando Paraty a um longo período de declínio.
A cidade e seu patrimônio foram redescobertos em 1964, com a reabertura da estrada que a ligava ao estado de São Paulo – Paraty-Cunha – e se tornou uma atração turística. Por exemplo, o complexo histórico de Paraty foi declarado Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico em 1958. O movimento turístico se fortaleceu com a abertura do Rio-Santos (BR-101) em 1973.
Nos anos 80 os Guarani, originários do sul do país, se instalaram no município, nas atuais aldeias de Araponga e Paratimirim.
Hoje a cidade é o segundo maior centro turístico do estado do Rio de Janeiro e o 17º maior do país. O New York Times apresentou a cidade como o destino cultural mais rico da Costa Verde. É uma das poucas cidades que não é uma capital do estado e que recebeu os Jogos Pan-Americanos de 2007 como uma tocha nos dias anteriores aos Jogos.
Índice
Centro Histórico
O ponto de partida para aqueles que chegam a cidade de Paraty é o centro histórico, onde nasceu a “Villa de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty”. É fácil caminhar lá em uma tarde, mas a ajuda de um guia é sempre bem-vinda para entender os aspectos históricos da região. Várias visitas guiadas estão disponíveis na cidade. Eles são baratos e tornam a visita muito mais interessante. Normalmente, os passeios têm datas relacionadas a passeios de barco, então você pode fazer dois passeios no mesmo dia.
Ao pé do Morro do Forte e em torno da construção original da igreja de Nossa Senhora dos Remédios, a vila foi fundada no ano de 1667 e declarada independente de Angra dos Reis, que deu origem à atual cidade de Paraty. A arquitetura colonial que hoje domina o centro histórico data principalmente do final do século 18 e início do século 19, quando os escravos construíram a calçada do pé de porco e as ruas foram projetadas em forma de xadrez: sete ruas de leste a oeste e outras seis de norte a sul. No meio desses edifícios charmosos, cheios de portas e janelas coloridas, você pode aprender mais sobre a história de Paraty. A visita em si já é um prazer, mas vale a pena visitar os principais locais.
Paraty vem ganhando importância no cenário histórico nacional, principalmente através das grandes usinas de cana-de-açúcar e como armazém comercial do Rio Ouro de Minas Gerais. Entre os edifícios de valor histórico, cultural e arquitetônico estão o porto de Paraty, a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, a Igreja de Santa Rita e a antiga prisão, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a Igreja de Nossa Senhora das Dores, a Casa da Cultura, o Sobrado dos Bonecos e, do outro lado, o Forte Defensor Perpétuo e a Santa Casa de Misericórdia.
Caminho do Ouro – Estrada Real
Para que fosse possível transportar toda a riqueza oriunda de Minas Gerais a Paraty entre os séculos XVII e XIX, o Caminho do Ouro foi construído. O caminho seguiu as antigas estradas dos índios Guaianás e o caminho, todo em pedra, foi desenhado pelos portugueses e executado por escravos. O itinerário percorre 1.200 km e liga Diamantina ao porto de Paraty, de onde a riqueza é transportada de barco para Portugal.
Hoje, a rota é linda e pode ser percorrida a pé, especialmente para os turistas que amam o ecoturismo. Uma grande parte da rota foi restaurada e já permite trekking. Há rotas de Paraty até cachoeiras e alambiques ao longo da Estrada Real. As principais atrações nos arredores da cidade são a Cachoeira do Tobogã e a Cachoeira da Pedra Branca, além de alambiques como o Moinho de Ouro e a Pedra Branca. Aqueles que optarem por uma excursão de vários dias irão atravessar secções de propriedade privada. Portanto, é aconselhável contratar um guia. Você também pode viajar de carro pela Estrada Real.
Cachoeira da Pedra Branca e Poço Usina
A Cachoeira da Pedra Branca é uma das mais movimentadas de Paraty. Por estar em um dos lugares tranquilos e bonitos da região, a praia integra a rota do jeep. A cachoeira está localizada em uma área privativa, perto da estrada Paraty-Cunha, e o acesso pela estrada de terra pode ser difícil para veículos inapropriados.
A primeira parada é no Poço Usina. O poço de seis metros de profundidade marca o local onde foi construída a primeira central elétrica de Paraty. Os jipes não param para nadar neste momento, apenas para fotos. Os turistas observam a parte da casa onde a central elétrica funcionou, experimentam bananas selvagens oferecidas pela equipe, e se divertem com pássaros e micos correndo para experimentar frutas completamente orgânicas.
Uma curta caminhada de 10 minutos levará você à Cachoeira da Pedra Branca. Este lugar oferece bons locais de mergulho e a possibilidade de nadar em cachoeiras. Um alpinista mais hábil pode escalar um muro de pedra e desfrutar das fontes acima, onde uma rocha com uma fonte oval projetada com água quase esconde um delicioso banho.
Cachoeira do Tobogã e Poço do Tarzan
À medida que a água flui através da rocha escorregadia da cachoeira do Tobogã, as pessoas da região estão se preparando na fila para descer em alta velocidade. A cena é uma das melhores para turistas que visitam Paraty. A habilidade dos jovens impressiona eles e capricham nas manobras. No final do espetáculo, eles passam em frente a uma pequena caixa para pedir uma contribuição aos turistas. É difícil negar que os meninos são realmente excelentes na aventura de descer a cachoeira.
Os turistas mais corajosos até fazem algumas tentativas, mas sentam-se sempre. A pedra lisa funciona mesmo como um escorregador e confere muita diversão em meio a risos, tanto para quem desce como para quem olha! Ao pé da rocha, uma bela fonte convida-o a nadar. Através de um pequeno caminho os turistas chegam ao Poço do Tarzan, onde é possível tomar um banho sem ter medo de cair na pedra. Uma bela ponte de madeira completa a vista.
A cachoeira faz parte do passeio de jipe pelas cachoeiras de Paraty. O acesso é fácil e o caminho é muito curto até chegar à atração. Na entrada você vai atravessar uma parte do Caminho do Ouro, a igreja da Penha (sobre uma grande pedra) e o Engenho D’ouro.
Forte Defensor Perpétuo
O Forte Perpétuo Defensor foi construído no ano de 1822 para defender a Baía de Paraty e tem uma vista privilegiada da cidade. O forte fica no morro de Vila Velha, local onde surgiu a primeira ilha de Paraty, antes da cidade começar a formar o centro histórico a nível do mar.
O forte protegeu a cidade no meio do processo de independência do Brasil. Atualmente, o edifício conserva áreas como a casa do comandante, a ala do quartel-general do exército e o quartel-general inferior. Hoje, todos os três edifícios são classificados pelo IPHAN. O local também abriga um pequeno museu com peças da história de Paraty, como armas de guerra, artefatos de Caiçara e peças de escravatura. Mas a principal atração é a vista magnífica e o acesso ao mar de onde se pode desfrutar da vista da baía.
Ilha Comprida
Esta é uma das paradas mais populares para barcos que vão com turistas do porto de Paraty. A Ilha Comprida é um sonho tornado realidade para quem gosta de mergulhar em meio à vida marinha.
Não há praia na ilha, mas há uma enorme piscina onde os turistas podem mergulhar com máscara e snorkel. Os barcos costumam oferecer equipamento para mergulho, que proporciona a contemplação de muitos peixes. A água transparente permite aos visitantes tirar belas fotografias com câmaras subaquáticas. A Ilha Comprida é um verdadeiro paraíso para a fauna marinha.
Piscina Natural do Cachadaço
Uma das mais famosas atrações de toda a Paraty, a piscina natural do Cachadaço é uma das atrações mais populares para os turistas que visitam a Vila da Trindade. A piscina consiste numa área de mar protegida por grandes pedras. Na maioria dos casos, a profundidade não é superior a um metro. Pegue seu equipamento e máscara de mergulho e desfrute da rica fauna marinha da região. Atravesse a barreira de pedra para mergulhar mais fundo. A vista é tão bonita quanto a piscina.
Não há muita areia na piscina do Cachadaco, então as pessoas costumam deixar suas coisas nas rochas. A praia é o lugar certo para parar, então nos fins de semana ensolarados é geralmente muito lotada. Se quiser fugir dos exercícios e desfrutar da piscina com toda a tranquilidade e calma que merece, fuja dos sábados, domingos e feriados.
A piscina do Cachadaço está localizada no final da praia do Cachadaço. Para chegar a este lugar, você precisa fazer uma pequena trilha de 30 minutos que vai ao lado da Praia do Meio e da Praia do Cachadaço. O acesso não é tão fácil e as pessoas com problemas de mobilidade podem ter dificuldade em explorar as rochas e a lama no final do percurso. Se preferir, você pode fazer um passeio de barco da Praia do Meio ou da Praia dos Ranchos, ambas em Trindade. O custo da viagem varia de $10 a $20 e dura menos de 5 minutos. Para entrar e sair do barco, é preciso entrar na água. Leve itens protegidos consigo.
Para chegar de Paraty à Trindade, pegue a estrada Rio Santos do São Paulo. Vila de Trindade está localizada a 24 km do centro histórico. O ônibus da cidade operado pela Colitur também está disponível. O veículo sai da estação rodoviária de Paraty e leva à entrada da Trindade. Na cidade de Paraty, há passeios de van que levam você até a praia de Cachadaço e outras praias da região.
Lagoa Azul
A Lagoa Azul é conhecida por seu intenso tom de água e é a parada ideal para a escuna mais popular de Paraty. Rodeada por falésias e florestas verdes, é uma grande piscina natural cheia de vida marinha. A Lagoa Azul faz parte da mesma rota que leva à Praia Vermelier, Praia da Lula e Ilha Comprida. A parada é geralmente só para almoço no barco, mas é possível fazer um mergulho rápido com uma máscara e um snorkel.
Se o turista quer fazer um passeio tranquilo, tem a opção de alugar um barco privado no porto de Paraty e continuar a sua viagem para a Lagoa Azul e praias próximas. Toda a região é linda e a viagem será definitivamente maravilhosa.